Se fosse fácil preferia agir como se o que vejo não incomodasse. Utilizaria sempre o tapa-olho que me afasta da realidade e não me deixa ver o que acontece ao meu redor. Porém, aprendi a descobrir o mundo, observá-lo sob uma forma única, que só me faz sentido pelo que sinto. Só me perturba, porque me atinge de maneira inexplicável. Ao tentar entender o que acontece, prefiro abrir os olhos para enxergar o que está ali, right in front of me. Mas, cadê? O que eu pensava ser o motivo do meu desgosto, não é nada. Nada! Hoje, vejo de outra forma. Será que não é você que incomoda?
De qualquer jeito, não consigo fingir e nem acreditar que tudo possa mudar.
Disseram-me certa vez que tudo é discurso e que por ele posso agir e mudar o mundo, no entanto, infelizmente, as pessoas são que são e não posso mudá-las.
Elas podem magoar, mentir e até se enganar.
Podem ser felizes sem precisar chorar.
Podem viver e não sofrer.
Podem estar ali e não me ver.
Talvez tenha demorado a perceber, mas quem precisava me enxergar não era o outro, era eu. A fim de descobrir o que sou, o que sinto, o que finjo.
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